
Enceto para um Inseto
Eu, um jovem matusalém de olhos castanhos claros, moreno, cabelos crespos e altura mediana, ando na noite só, pois o meu “eu” já me abandonou há muito tempo... Sou uma perecível matéria raquítica carregando uma bolsa sobre o dorso que vai habitando espaços, quebrando barreiras, caminhando de lugar nenhum para nenhum lugar. Meus trapos no passado já foram esquecidos... O Futuro promete, mas não chega, O presente tenta me consolar mesmo com suas mãos cansadas e seus pés dormentes... Uma luz no horizonte vem iluminar os meus olhos e invadir o espelho de minhas verdades. Ela também reluz o signo grafado em letras garrafais daquilo que seria a seita de uma de minhas declinações. Black Sabbat fortifica o caos que em mim se expressa... Meus sonhos mais obscenos são postos à mesa imaginaria focalizada pelos faróis de uma motocicleta lerda, investindo no aumento de tempo deste Macking Of dirigido por esta mente supostamente insana... O canto dos grilos esbarra-se com o vento transformando-se num agente hipnotizador... Hipismo com Dor são seqüelas da depressão congênita de um cavalo manco sem uso permanente de sua genital... O gênio de um gerador de devaneios deve ser adorado tal qual um símbolo sagrado... Este meu bestiário não almeja asas de condor, apenas asas que o levem à Terra da Sincronização, a sincronia das ações destas forças residentes em extremidades... À direita do Deus-Pai, a Razão, à esquerda da Deusa-Mãe, a Loucura... Ambas estão sentadas na mesa à espera de minha presença... Receio à possibilidade de ela não aparecer! Meus olhos ardem, pois já não sentem a luz ofuscante... Mergulho em trevas de 200 metros antes de chegar naquilo que dizem ser minha casa. Pergunto-me respostas mais concretas sobre a verdade de minha existência. Preciso de assistência! Quero plantar em páginas de jornal toda a minha demência, apenas isto!... Por onde andas meu caro Eu? Não fujas de mim tanto assim, pois nesta minha neurose construí também a tua residência.
Carlos Conrado
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