Neonazistas, traficantes e usuários de drogas

Neonazistas, traficantes e usuários de drogas

Conspurcam as páginas policiais dos jornais noticiários em que neonazistas, traficantes e usuários de drogas – em especial do maldito crack – cometem bárbaras atrocidades, vitimando inocentes e culpados. Estão na origem dessas tragédias a desatenção dos pais para com seus filhos e a ineficiência do sistema educacional em transmitir valores para os jovens. Aqui, cabe dizer que a menor parcela de culpa por esta ineficiência é dos professores. Um profissional desvalorizado, pessimamente pago e com carga horária excessiva de trabalho não pode passar bons valores para ninguém.

Jovens de classe média, orientados para consumir o máximo que puderem e desinformados pela internet e por uma música e uma filmografia destinadas a anestesiar e tornar inúteis seus cérebros, deixam-se seduzir por tudo que não presta. Precedidos por uma geração que lutou por um mundo comunista, esses jovens encontram no neonazismo uma forma de contestar os mais velhos e se afirmar enquanto donos da verdade, que julgam conhecer melhor do que seus pais e educadores. Aliás, este último filme já vimos no passado, só que com a tela do cinema invertida.

Já os jovens de famílias que têm que lutar para sobreviver, geralmente evadidos de escolas públicas que fracassam na sua missão de educar e ensinar, a estes falta educação e conhecimento. Mergulhados na ignorância e tendo sua mente ocupada em resolver o dilema “sobreviver ou morrer” - de fome, de bala ou de overdose de uma droga qualquer, incapazes de entender a linguagem de seus educadores que, num esforço patético e sem retorno, tentam livrá-los da ignorância, das drogas, da gravidez precoce e das doenças sexualmente transmissíveis, os jovens do chamado “povão” sucumbem ao canto da sereia da fuga da realidade e se drogam ate à morte. Sucumbem ao chamado do enriquecimento rápido e se dedicam ao tráfico de drogas. Cedem aos apelos dos hormônios e condenam-se a uma vida difícil e precoce. Crianças criando crianças são comuns de se ver, principalmente em bairros de periferia e favelas.

As soluções para os problemas que condenam ao inferno na Terra a nova “geração perdida” do século XXI são diversas. Traficantes sempre deverão ser punidos com todo o rigor da lei, sem direito a privilégios concedidos a criminosos menores, como progressão de pena e outras maracutaias legais criadas para beneficiar chefões e servidores do crime organizado, esvaziar cadeias superlotadas e eximir o Estado de proteger a sociedade, mantendo encarcerado quem a ameaça. Ao mesmo tempo, urge começar a pensar num modo de colocar drogas e drogados sob o controle do Estado. Num país governado por políticos sérios e dotado de um sistema de saúde organizado e humano, jamais teríamos o surgimento e a distribuição de uma droga maldita como o crack. Proibir nunca trouxe bons resultados para a sociedade. Controlar, quando se tem os meios para tal, sempre foi a melhor opção.

Quanto aos neonazistas, só restam dois caminhos. Prisão daqueles que cometem crimes em nome de seus “ideais”, julgando-os com todo o rigor da lei, e orientação aos pais e educadores no sentido de transmitir valores para seus educandos - mesmo a contragosto e contra seus princípios, mesmo desafiando seu niilismo construído ao longo de suas vidas. Enquanto os pais de melhor condição financeira e nossas escolas particulares estiverem interessados apenas em formar consumidores e vestibulandos de sucesso, vão proliferar como erva daninha os amantes da suástica.



Luiz Lyrio – Aracaju – SE – www.luizlyr.blogspot.com

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