Lé - Gé - Lé



LÉ - GÉ - LÉ

Por: Antonio Cotrin



Logo após o carnaval, Salvador tem um boom de shows interessantes, desfiles culturais, gente bonita, enfim tudo de bom.
os shows acontecem no Porto da Barra e começam geralmente ao meio-dia preferencialmente após a explosão do canhão, estouro que acontece todos os dias.
A juventude proclamou a ponta da praia como ponto de encontro de gostos identicos, ali - bem proximo ao modulo policial.
O apresentador, em cima do palco, muito animado começa a descrever o que acontecerá ao longo do dia, este é o terceiro e ultimo espetaculo, que acontece este ano, marcando o fim do verão, a primeira atração acontece ao meio dia.
O sujeito adentra o palco meio timido ou meio embriagado, não se sabe ainda ao certo.estavam reunidos proximos ao palco, banhistas e fãs de boas musica, esperando a primeira atração do dia, quando o sujeito, que é filho do reconcavo baiano terra de Caetano, Maria betania e D. Canô o, começa a cantarolar umas duas musicas então a turminha começa a clamar:
- volta pra Santo Amaro.
- que voz é essa?
Era imperdoavel a voz do cidadão, quando derepente alguns musicos foram se agregando a ele, jã na terceira musica começam a tocar vapor barato de Wally Salomão, natural de jequié bahia, que tudo se transforma as pessoas repetiam:
- melhorou!
- melhorou!
A merda era quando lé-gé-lé cantava, pois sua voz estava tão rouca. - não que ele tivesse uma voz ruim, mas estava bastante danificada - proveniente de alguma farra que este fizera na noite anterior.
Assim que acabou o show, começava a espera do melhor momento da noite, iriam passar pelos palcos, ainda diversos artistas, estava apenas começando e iria provavelmente até a meia-noite.
Um dos momentos bons da noite foi ouvir paulinho boca de cantor, talvez eu estivesse ficado traumatizado com as cordas vocais de lé-gé-lé, que qualquer voz seria melhor.
Foi quando no melhor momento, sobe ao palco ou melhor vai de barco até o palco o cantor Luis Melodia, o sujeito foi na verdade que me curou, dos estragos causados por lé-gé-lé. Comecei a ficar mais feliz, comecei a ouvir melhor, quando me vi estava rodeado de belas mulheres, lembro que quando lé-gé-lé começou o show só tinha homem ao redor, quando foi Paulinho Boca de cantor, foi mais ou menos uma doida que dançava e deixava a mostra o par de melões que expunha na festa. dei mais sorte com seres femininos quando estava ouvindo, voz de qualidade.
Fui pra casa satisfeito, acordei satisfeito.
Sai de casa com vontade de beber água de coco. A dúvida bateu, vou de carro ou vou de bicicleta? de carro tinha a garagem que pra estacionar é uma merda, um verdadeiro martirio. de bicicleta, não era boa ideia pois o condutor estando de ressaca pode sofrer alucinações etilicas no quadro do objeto quadriciclo, podendo ocasionar serios danos, ao condutor.
Escolho o veiculo, sem pestanejar, ao passar pelo Porto da Barra, e me deparar com as lembranças do show , vejo o médico dos ouvidos passar por mim na faixa de pedestre. Paro o carro, dou passagem e estaciono logo após para agradecer a cirurgia musical que o dr. fizera com meu ouvido na noite anterior.
Peço licença e ocupo a terceira cadeira que estava na mesa. começo a conversar e gentilmente ofereço-me para acompanhar a esquadrilha que se formava ali na mesa, começou a chegar Sr. Pial o grande violonista que o acompanhou na noite anterior, carlinhos um misto de empresario - compositor. dai fomos - incllusive eu - para um churrasco, a convite de uma mulher que tinha o sobrenome engraçado. lá fomos muito bem recebidos. invarialvemente as pessoas me perguntavam.
- e vc é o que de luis?
- sou nada , não eu estava passando, sou fã e dai...
passado os primeiros momentos, de nervosismo, foi logo trazido um violão.
- não adianta chamar o homem! gritava um careca baixinho, era o hoding de Luis e também de Chico Buarque. Profissional de primeira, até com o copo era eximio tecnico. não pode botar cerveja até a borda, coisa e tal.... de vez em quando alguém gritava. - chama o homem pra cantar uma musica!
- se chamar ele vai embora agora mesmo!
Então resolvemos tocar entre nós mesmos. O Luis Melodia não largava a televisão, assitia ao jogo do vasco. Acho que era uma grande desculpa pra ficar quieto, imagino que a vida dele deva ser muito remexida. Fiquei sentado me embriagando, jogando conversa fora. Até que o cunhado de luis veio avisando que Luis iria embora. Fui até o Luis e ofereci carona. Então eis que surge de novo a esquadrilha. Só que desta vez o Luis foi comigo no carro, com direito a ouvirmos Ike e Tina Turner uma musica dos anos 60. Dai fomos direto para casa de uma outra artista, Sarajane, aonde estava acontecendo uma quiabada, também muito bem tratados, mas novamente as mesmas perguntas:
- e vc é o que de luis?
- sou nada , não eu estava passando, sou fã e dai...
Mas, novamente depois de passado o periodo, as conversas foram fluindo, as pessoas muito animadas, estavam presentes Jorge zarat, um traveco chamado Valeria, Sine Calmom vocalista de uma banda de reggae conhecida aqui na bahia.
As cervejas foram rolando e como tinha chegado a tempo para o segundo tempo do jogo, o Luis lá se encontrava novamente, achei que era uma boa maneira de ficar quieto e não ser incomodado.
Foi servido uma quiabada, eu nunca experimentei comida tão gostosa, as pessoas presentes apesar de tocarem e estarem sempre no meio do movimento axe - pagode, conversavam sobre cantores e cantoras exelecentes, a srajane por exemplo citava:
- a Ella Fitzgerald era gordinha!
- o B.king também era gordinho! eu dizia. Esta conversa se referia exatamante por sarajane ter engordado bem mais do que quando ela começou como cantora. Enfim, eu estava satisfeito ela estando magra ou gorda, o que importava é que ela é inteligente.
- acabou a cerveja! alguém gritava.
Acabou não. Tem mais! Logo alguém aparecia com diversas latinhas.
Eis que para meu espanto aparece o infame, que provocara aquele disturbio no meu ouvido.LÉ - GÉ - LÉ. como ele surgiu ali? quem ele conhecia, na hora eu fiquei estupefato. olhei pra o lado e perguntei? - este é lé -ge-le?
- sim ! porque?
- nada. eu o vi tocando hoje no Porto da Barra.
Fui ate o Luis Melodia perguntei se estava boa a quiabada, perguntei por via das duvidas quanto tempo ficaria ali e ele me disse que logo estaria indo embora. Antes que lé-gé-lé começasse a cantar, fui embora rapidamente pois se o medico dos ouvidos estava indo embora, como iria me curar de novo?

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