Breve Parecer Sobre o Poeta Thiago Amorim
Por: Carlos Conrado.

Conheci o Thiago Amorim na infância quando, graças ao destino, fui posto na mesma família. Crescemos juntos, tão unidos quanto irmãos de sangue. Quando brotou o interesse de Thiago pela poesia eu devia ter os meus 11 anos de idade e pouca importância dava ao desejo compulsivo do meu estimado companheiro em escrever. Acompanhei a criação dos seus primeiros versos através de correspondências. Houve um tempo em que a comunicação entre nós praticamente não existia, pois parecíamos duas pessoas de códigos diferentes tentando chegar a um lugar comum. Ele estava bem à frente e, para que eu não o perdesse, cabia a meu ser ir buscá-lo, procurar entendê-lo. “Foi essa necessidade de te entender meu amigo, que me fez despertar o interesse pela arte de escrever”.Possuidor de um lirismo extremado, Thiago compõe o seu universo fazendo uso em demasia dos conflitos que em seu interior se debate. É um dedicado bardo de Cristo que ao mesmo tempo experimenta as paixões despertadas pela matéria. Seus versos pranteiam as dores dos amores platônicos e retratam a inquietude do seu espírito. Dividida entre a influência do barroco e do romântico, a sua obra, mesmo no século XXI onde a bola da vez está nos poemas livres sem rimas e sem escansões, concretos, racionais e rápidos como cometas, longe de qualquer dogma classista, figurados em linguagens contemporâneas extraídas de MSN, SKYPE E ORKUT. A sua poesia ainda nos emociona, pois esbanja toda a sua essência no que faz de melhor. Assim como Gregório de Matos, muitas de suas obras são marcadas por jogos de palavras e uso de figuras de linguagem como a metáfora e a antítese - características do barroco conceptista, ou melhor, quevediano¹. É notória também a influência de Musset e Álvares de Azevedo como alicerce do seu perfil poético, pois em muitos casos o nosso poeta sabe se fazer distante dos moldes clássicos dando ênfase às propostas do romantismo. Valorizando o folclórico, o nacional e em especial, em grande teor, a valorização do seu “Eu” como centro das atenções. Deixando-nos assim, impossibilitados de defini-lo numa única escola literária. Seria o nosso jovem poeta neo-barroco, neo-romântico ou simplesmente esta fusão dando créditos a criação de uma escola contemporânea?

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